Dizer não, é por vezes (ou muitas
vezes/sempre) muito difícil. Porque queremos agradar a toda a gente, queremos
que gostem de nós, não queremos desiludir ninguém, nem desapontar, nem que
fiquem a penar que somos más pessoas, mal agradecidos, e por aí em diante. Somos
pessoas do sim, “sim isto, sim aquilo,
sim sou capaz, sim dá-cá isso que eu faço, sim não te preocupes, sim vai lá
passear que eu fico em casa a cuidar dos miúdos, sim eu sou capaz de fazer
muita coisa ao mesmo tempo, sim eu sou a maior, sim eu faço tudo, as minhas
coisas e as dos outros também porque sou boazinha”. Sentimos culpa por não "estar lá" para os outros e acabamos por colocá-los em primeiro lugar
em detrimento nós próprios.
Saber colocar os nossos
interesses em primeiro lugar faz toda a diferença em como nos sentimos em
relação a nós próprios (aquela coisa que se chama auto-estima) às mais pequenas
coisas, ao menor contratempo que podemos ter ou à maior contrariedade que nos
pode acontecer e estragar (ou não) o dia. Tudo depende da forma como nos
colocamos a nós em primeiro lugar (ou não). E se nós não o fizermos, não são os
outros que o vão fazer.
Sabemos que há pessoas que se
escapam sempre a ajudar o outro que têm sempre desculpas esfarrapadas, mas não
é disso que estamos a falar. Estamos a falar de pessoas que nos roubam tempo,
que nos cansam, que nos incomodam verdadeiramente, que nos enchem a cabeça com
os seus problemas imensuráveis, incontroláveis e insuportáveis. Quando dizemos
não aos outros, “só” estamos a dizer sim a nós próprios, à nossa vida, às
nossas escolhas. Não é a resposta. Temos pena.
Difícil, bem difícil muitas vezes, mas necessário dizer não quando preciso.
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