Pelos vistos, nós por cá enquanto pais não somos lá muito bons nessa árdua tarefa de pôr a chucha num bebé. Aliás, diria até que somos uns incompetentes. Temos provas dadas: o Miguel usou chucha no primeiro mês, bem que continuámos a insistir (para o calar!!??), mas simplesmente o miúdo não lhe achou graça nenhuma porque aquilo não deitava nada... ele próprio um dia vai dizer-nos que aguentou um mês a ver se fazia a vontade aos pais, mas depois percebeu que a vida era dele, a escolha era dele e nós teríamos que nos aguentar.
Com o mano mais novo que tem um mês, a história repete-se: o Mateus não liga nenhuma à chucha, e se está a chorar e alguém lhe põe a chucha é uma ofensa muito grande porque o choro dobra em volume e em desespero.
Como mãe, acho que a chucha pode efectivamente ser muito útil (quando bem utilizada), na medida em que o bebé faz os movimentos de sucção, que o organizam mentalmente e que em repetição o acabam por acalmar e levam ao tão desejado sono, porque está "impertinente" e mais ainda pelos pais que ficam "stressados" de tanto o ouvir chorar. Sim, há pais que não têm capacidade para ouvir chorar os filhos, mas isso é assunto para outro post.
Nós os humanos gostamos de cadências, de repetições, dá-nos segurança para saber o que vem a seguir. Isso eu percebo. Assim, nós transmitimos essa aprendizagem aos nossos bebés, porque eles não pedem para ser embalados, não pedem para se cantar sempre a mesma canção. Também não pedem chucha, mas nós achamos que é um bom objecto (tipo rolha) para que ele fique caladinho, sossegadinho e consoladinho.
Se gostava que os meus filhos usassem chucha? Até gostava. Em algumas situações tinha-me dado um jeitão. No caso do Miguel, e de futuro iria dar-me jeito com o Mateus, mas pelos vistos, os meus filhos têm mais juízo que os pais. À semelhança do irmão, o mais novo deixa-se dormir sozinho, acalma-se sozinho e sem depender de nada.
Uma vez que tenho este "problema" agora, de não conseguir que ele "goste da chucha", não irei ter que certamente lidar com o problema de "tirar a chucha", situação que vejo muitas vezes, seja no meu trabalho ou em crianças da minha família, quando percebemos que criam uma relação de absoluta dependência com a chucha, quando esta não serve simplesmente para acalmar ou para dormir porque elas já têm 4, 5 anos... e andam o dia todo com a chucha (precisam de se acalmar o dia todo) e falam com a chucha na boca e o pais percebem tudo o que eles dizem (e permitem que isso aconteça).
Depois há quem diga: "Então ainda usas chucha?" e os pais imediatamente defendem o filho ( ou a eles próprios?!!) "Ah e tal é só para dormir"...pois é vê-se que é só para dormir.
Ou melhor (pior) quando já têm 6 anos e usam chucha para dormir e nós perguntamos, "mas porque é que ela ainda usa chucha?" [assim a chamar atenção da mãe para o facto da miúda já ser grande o suficiente, (mas grande também não quer dizer emocionalmente desenvolvida, mas pronto) para não precisar de chucha porque já não é um bebé] e as mães respondem assim: "Oh...é um miminho!!!"
Não raras as vezes, quem precisa mesmo de um aconchego, de um conforto, não são as crianças, são os pais.
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