quarta-feira, 22 de outubro de 2014

diferenças entre a primeira e a segunda licença de maternidade

Há mais ou menos um ano, em conversa com uma amiga que na altura estava de licença de maternidade, percebi claramente que não vivemos a segunda licença com a mesma descontracção, com a mesma leveza, que saboreamos a primeira. Há toda uma diferença entre o deixa andar da primeira e o imperativo de que há coisas-que-têm-impreterivelmente-que-ser-feitas-caso-contrário-tudo-descamba-nesta-casa, que se vive na segunda. 
No que diz respeito aos passeios, na primeira licença de maternidade, até o tempo ajudou, esteve bom tempo até dezembro, sem chuva, sol e dias frios. Agasalhava o miúdo no carrinho e lá íamos nós, jardim, biblioteca, exposições, café,  etc e tal, you name it.
Agora até podia fazer um sol de rachar (o que por caso está a acontecer, estou desconfiada que é de propósito) que eu continuaria sem disponibilidade para grandes passeios. Só existem duas opções de passeios, nº1: ir ao supermercado, nº 2: ir buscar o mais velho à escola, senão fica lá até às seis que é a hora que o pai sai do trabalho.
Portanto, eu já estava mais ou menos à espera que este tempo não soubesse assim tanto a férias, mas estar 24 horas por dia a tentar (tentar) manter tudo MINIMAMENTE organizado, e a amamentar ao mesmo tempo, um megabebé que já tem 7360 kg com dois meses é algo assim de sobrenatural...
Mas a recompensa sobrenatural de todo este "trabalho de casa" é aproveitar todos os segundos, todos os minutos, todos os pormenores do seu desenvolvimento, não só físico, como emocional, os sorrisos que já são intencionais, as primeiras conversas (verbais) entre a mãe e filho, uma relação que já se iniciou há tanto tempo mas que não se calcula através de percentis, o apreciar das rotinas diárias que já existem há dois meses e que queremos guardar para sempre na nossa memória e no coração do nosso bebé.
Na verdade a segunda licença de maternidade é gozada com menos tempo para nós enquanto mulheres mas continuamos a ter o tempo mais que necessário para aquilo que é essencial. E "o essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração".


1 comentário:

diz o que pensas

perdidos e achados