segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

desistimos à primeira?!

Frank Sinatra & Mia Farrow
Nisto das relações conjugais, a responsabilidade, ou a culpa, como na maioria dos casos é chamada, não pode cair exclusivamente em cima de um dos membros do casal. Nem que um tenha 99% de razão e o outro só tenha 1%, mas mesmo assim já existe um enorme desequilíbrio, que só por si não faz com que um seja o bom da fita/vitima e o outro seja o vilão. Esta disparidade nas diferenças que podem ser encontradas numa relação acusam um desgaste que foi ignorado por ambas as partes, o que não permite nem condenar nem absolver qualquer uma das partes interessadas. Se é que ainda têm algum interesse em comum além dos filhos (quando o têm).
Assim, podemos desistir na primeira vez que percebemos que afinal éramos "só" bons amigos, podemos desistir à primeira quando nos fartamos de pagar sozinhas as contas de casa ao fim de 9 anos de casados, desistimos à primeira quando sabemos que mesmo juntos quem cuida dos filhos é só um, desistimos à primeira quando alguns vícios que pareciam normais no inicio da relação, já há muito que ultrapassaram a ténue linha da "aceite normalidade".
Coisas como estas acontecem só aos casais normais. Aqueles que namoraram anos e anos e se conheciam muito bem, aqueles que namoraram seis meses e foi amor à primeira vista, aqueles que têm três filhos mais ainda querem ter outro, aqueles que são sempre tão simpáticos quando nos cruzamos com eles no café. Ninguém diria. Parece sempre que a corda há-de partir primeiro com aqueles casais aos quais não damos nem um mês juntos, aqueles casais que só vão de férias sozinhos porque parece que não se dão com ninguém, nem têm casais amigos (expressão nojenta) e ainda por cima discutem (cruzes credo).
O certo é que a  responsabilidade está longe de ser exclusivamente de um ou de outro, quando se trata do final de uma relação, ou do amor de numa relação. Não me parece que valha a pena acusar falta de atenção, falta de tempo, falta de empenho, falta de vontade, falta de carinho. Porque antes de podermos pedir  qualquer coisa, também devemos saber dá-la. É uma troca, não é algo unilateral a que possamos apontar o dedo, porque assim também nos estamos a pôr em causa - aquilo que nós também não fizémos.

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