terça-feira, 11 de novembro de 2014

queremos saber quem somos



A formação da personalidade é algo que se constrói desde o nosso nascimento na relação com os outros, em interacção com o ambiente. Aquilo que define as nossas acções, os nossos gostos e desgostos, é o resultados das experiências pelas quais passámos e com quem passámos, e da aprendizagem (ou não) que daí retiramos. Elas moldam-nos e toldam-nos, marcam a nossa existência, o nosso self. Nem sempre temos consciência desse processo. Tudo acontece tão depressa, um dia estamos na escola, no outro no primeiro emprego, quando damos por nós já temos responsabilidades, família, filhos...e nem nos lembramos do quem ficou no meio, ou do que ficou pelo caminho. Mas há um dia em que vamos querer saber porque somos como somos.


Há quem pense em si e não se conheça, há quem se procure, há quem se separe para se encontrar, há quem tenha saltado algumas experiências de vida, mas todos pensamos ter claramente a noção de quem somos, é comum ouvir em conversas (também comuns!?), "Ah e tal...eu sou muito amiga dos meus amigos, mas se me pisam os calos, aí vão ver...quando sou boa, sou óptima, quando sou má sou do pior...ou péssima." , ouvimos falar da sua personalidade forte, ouvimos falar da frontalidade que falta a uns e abunda em outros, "Ah eu cá digo tudo na frente, o meu problema é ser directa demais... as pessoas não aguentam...". Há quem tenha estas certezas (?!) acerca de si, e há quem acumule dúvidas acerca de si e para com si mesmo. Dívidas, dúvidas essas que tendem a agravar em alturas de crise (porque será?) e vão colocar em causa aquilo que somos, ou aquilo que pensamos que somos...
Há quem se procure nos mais variados sítios, há quem se procure nas outras pessoas, porque precisamos desesperadamente conhecer-nos, precisamos saber se somos o tipo de pessoa que gostaríamos de conhecer, que gostaríamos de ter como amigo. 
Na verdade, temos mais dúvidas do que convicções, mas isso só acontece porque estamos continuamente em construção, estamos sempre no caminho para em consciência, nos podermos tornar melhores, só assim se aprende, só assim se evolui.
O reencontro com nós próprios não é algo imediato, não é algo que se consiga de um momento para o outro. Não o podemos procurar nos outros senão em nós próprios, não existem comprimidos mágicos. Existe uma terapêutica milagrosa que é sabermos ficar em paz connosco, porque as respostas que procuramos acerca de nós mesmos, não podem aparecer enquanto existir muita confusão na nossa mente, mas surgirão quando estivermos em silêncio.

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